ATA DA VIGÉSIMA TERCEIRA SESSÃO SOLENE DA SEGUNDA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA LEGISLATURA, EM 30.08.1990.
Aos trinta dias do mês de agosto do ano de mil
novecentos e noventa reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha, a Câmara Municipal de
Porto Alegre, em sua Vigésima Terceira Sessão Solene da Segunda Sessão
Legislativa Ordinária da Décima Legislatura, destinada à entrega do Título
Honorífico de Cidadão Emérito a Juarez Bittencourt Fonseca, Victor José
Faccioni, Maria Antonia Geremias, Vanderlei Soares, João Baptista Tedesco,
Sérgio Jockymann, Walmor Assoni, Jocelim Azambuja e Prêmio Artístico “Lupicínio
Rodrigues” à Antonia Lourdes Bretas Rodrigues. Às dezessete horas e oito
minutos, constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos
os trabalhos e solicitou aos Líderes de Bancada que conduzissem ao Plenário as
autoridades e personalidades convidadas. Compuseram a Mesa: Vereador Valdir
Fraga, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; Senador Alberto Hoffman;
Deputado Victor José Faccioni, homenageado; Jornalista Juarez Bittencourt
Fonseca, homenageado; Senhora Maria Antonia Geremias, homenageada; Jornalista
Vanderlei Soares, homenageado; Engenheiro João Baptista Tedesco, homenageado;
Jornalista Sergio Jockymann, homenageado; Senhor Walmor Assoni, homenageado;
Senhor Jocelim Azambuja, homenageado; Senhora Antonia Lourdes Bretas Rodrigues,
homenageada e Verª Letícia Arruda, na ocasião, Secretária “ad hoc”. A seguir, o
Senhor Presidente convidou os presentes para, em pé, assistirem à execução do
Hino Nacional. Após fez pronunciamento alusivo ao evento, salientando que,
nesta tarde, este Legislativo Municipal estaria homenageando pessoas que, por
suas atividades em prol da comunidade, muito têm se distinguido na promoção do
bem comum. Em prosseguimento, o Ver. Valdir Fraga, como autor da proposição que
concede o Título Honorífico de Cidadão Emérito ao Jornalista Juarez Bittencourt
Fonseca, discorreu sobre o trabalho realizado pelo homenageado, especialmente
na área da cultura desta Cidade. Destacou, ainda, sua atuação como crítico
musical e sua contribuição na estruturação da Secretaria Municipal de Cultura.
A seguir, nos termos da Resolução nº 1024/89, o Ver. Valdir Fraga procedeu à
entrega do Título Honorífico de Cidadão Emérito ao Sr. Juarez Bittencourt
Fonseca, o qual, em continuidade, agradeceu a homenagem prestada e asseverou
tratar-se de uma honraria a ser dividida com o movimento musical do Estado,
posto que ambos cresceram juntos. Após, o Senhor Presidente registrou a presença,
em Plenário, dos Senhores Vitorino Rotondaro, Consul da Itália no Estado do Rio
Grande do Sul; Antonio Gonzáles, Presidente da Associação Riograndense de
Imprensa; Delegado Clóvis Vaz, Diretor do DETRAN; Delegado Kliemann, do Rotary
Internacional; Deputado Estadual Carrion Júnior; Norberto dos Santos,
Presidente da Ordem dos Músicos; e compositor Túlio Piva. E, a seguir, o Senhor
Presidente concedeu a palavra aos Senhores Vereadores que falariam em nome da
Casa. O ex-Vereador Raul Casa, autor da proposição, quando no exercício da
Vereança neste Legislativo, que concede o Titulo Honorífico de Cidadão Emérito
ao Deputado Victor José Faccioni, discorreu sobre as qualidades do homenageado,
destacando sua dedicação à atividade pública, seu zelo em prol de melhorias
para esta Cidade e o espírito de bem servir que sempre nortearam suas ações na
política. Asseverou, ainda, tratar-se de homem de ação, buscando, através do
esforço, o bem comum para a comunidade deste Estado. A seguir, nos termos da
Resolução nº 993/88, o ex-Vereador Raul Casa procedeu à entrega do Título
Honorífico de Cidadão Emérito ao Deputado Victor José Faccioni que, em
prosseguimento, agradeceu a homenagem recebida e, reafirmando seu compromisso
com esta comunidade, apelou para que seja ensejado um mutirão em prol do
Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre. O Ver. Luiz Braz, como autor do
projeto que concede o Título Honorífico de Cidadã Emérita à Srª Maria Antonia
Geremias, lendo o artigo lº da Resolução nº 731, asseverou que a homenageada,
mais do que conceder atendimento espiritual à comunidade porto-alegrense,
também o faz através de atendimento aos idosos da SPAAN e junto às crianças
carentes. Falou do seu orgulho em poder homenagear a Srª Maria Geremias, a qual
se dedica a distribuir a felicidade e alento à comunidade e registrou a
presença, em Plenário, do Umbandista Moab Caldas. Após, nos termos da Resolução
nº 1036/90, o Ver. Luiz Braz procedeu à entrega do Título Honorífico de Cidadã
Emérita à Srª Maria Antonia Geremias, a qual, agradecendo a honraria recebida,
proferiu oração e benção à todos os presentes e habitantes da cidade. O Ver.
Cyro Martini, como autor da proposição que concede o Título Honorífico de
Cidadão Emérito ao Jornalista Vanderlei Soares, falou sobre a atuação do homenageado,
destacando se tratar de labor árduo e incansável, especialmente por se dedicar
à crônica policial. Discorreu sobre a trajetória e o talento profissional do
Jornalista Vanderlei Soares, o qual, atualmente, é responsável pela Editoria
Policial do Jornal Zero Hora. Em prosseguimento, nos termos da Resolução nº
1041/90, o Ver. Cyro Martini procedeu à entrega do Título Honorífico de Cidadão
Emérito ao Sr. Vanderlei Soares que, agradecendo o título que lhe foi
concedido, discorreu sobre o amor que dedica a esta Cidade e ao seu trabalho de
jornalista. O Ver. Vicente Dutra, como autor do projeto que concede o Título
Honorífico de Cidadão Emérito ao Engenheiro João Baptista Tedesco, discorrendo
sobre as obras do homenageado, salientou o trabalho que realiza, não apenas
através do Rotary Club e da Socidade Beneficência Portuguesa, mas também como
engenheiro na área da construção civil, tendo sido responsável pela construção
da estrada de rodagem Montenegro/Porto Alegre, no litoral deste Estado, em São
Paulo e na região do Nordeste. A seguir, nos termos da Resolução nº 1048/90, o
Ver. Vicente Dutra procedeu à entrega do Título Honorífico de Cidadão Emérito
ao Sr. João Baptista Tedesco que, após, agradeceu a honraria recebida,
enfatizando que os serviços que tem prestado à comunidade o faz como se fosse
seu dever. O Ver. Nelson Castan, como autor da proposição que concede o Título
Honorífico de Cidadão Emérito ao Jornalista Sérgio Jockymann, falou de seu
orgulho em poder homenagear cidadão que tanto orgulha a comunidade deste
Estado. Destacou o talento e ousadia do homenageado enquanto jornalista,
contista, poeta, cronista e proprietário do Jornal RS-Jockymann. E salientou
que o jornalismo por ele praticado objetiva criar uma consciência crítica. A
seguir, nos termos da Resolução nº 1044/90, o Ver. Nelson Castan procedeu à
entrega do Título Honorífico de Cidadão Emérito ao Sr. Sérgio Jockymann que,
agradecendo o título recebido, discorreu sobre a emoção e significado de ser
oficialmente porto-alegrense. O Ver. Jaques Machado, como autor da proposição
que concede o Título Honorífico de Cidadão Emérito ao Sr. Walmor Assoni, leu a
Exposição de Motivos do projeto que originou esta homenagem, destacando a
importância dos serviços prestados pelo homenageado em prol do Bairro Zona
Norte, especialmente através da arte da decoração e trabalho qualificado e
profícuo junto às entidades daquele bairro. Após, nos termos da Resolução nº
1043/90, procedeu à entrega do Título Honorífico de Cidadão Emérito ao
Sr.Wa1mor Assoni, o qual, agradecendo a honraria recebida, falou da lisonja e
orgulho em ver seu trabalho reconhecido. A Verª Letícia Arruda, como autora do
projeto que concede o Título Honorífico de Cidadão Emérito ao Sr. Jocelim
Azambuja, discorrendo sobre a política e filosofia educacional do País,
destacou a relevância do trabalho realizado pelo homenageado no setor da
educação, especialmente em prol da criação e propagação da Associação de Pais e
Mestres. Asseverou ser imprescindível que a comunidade, a família e a escola estejam
envolvidos com o ato educacional – filosofia essa que norteia o trabalho do
homenageado. Após, nos termos da Resolução nº 1047/90, a Verª Letícia Arruda
procedeu à entrega do Título Honorífico de Cidadão Emérito ao Sr. Jocelim
Azambuja que, agradecendo o título a ele conferido, destacou a importância do
processo educativo na vida social do País e defendeu uma nova visão para a
política educacional das escolas. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a
palavra a Verª Letícia Arruda que, como autora do projeto que concede o Prêmio
Artístico “Lupicínio Rodrigues” à Srª Antonia Lourdes Bretas Rodrigues, após
ler composição de Ari Barroso, intitulada “Risque”, teceu comentários sobre a
trajetória da música popular brasileira e da importância da cantora Lourdes
Rodrigues nesse contexto. Destacou que a homenageada está completando trinta e
oito anos nessa profissão e do quanto tem feito brilhar a noite
porto-alegrense. Asseverou que a homenagem hoje prestada significa, além do
reconhecimento artístico, prêmio à cantora que é muito amada e orgulha esta
Cidade. Após, nos termos da Resolução nº 1045/90, a Verª Letícia Arruda
procedeu à entrega do Prêmio Artístico “Lupicínio Rodrigues” à Srª Antonia
Lourdes Bretas Rodrigues, a qual, após agradecer a distinção recebida,
apresentou dois números musicais, de autoria de Lupicínio Rodrigues,
intituladas “Dona Divergência” e “Nunca”. Às dezenove horas e quarenta e cinco
minutos, o Senhor Presidente levantou os trabalhos da presente Sessão,
agradecendo a presença de todos e convocando os Senhores Vereadores para a
Sessão Ordinária de amanhã, às nove horas e trinta minutos. Os trabalhos foram
presididos pelo Vereador Valdir Fraga e secretariados pela Vereadora Letícia
Arruda, como Secretária “ad hoc”. Do que eu, Letícia Arruda, Secretária “ad
hoc”, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será
assinada pelos Senhores Presidente e 1º Secretário.
O SR.
PRESIDENTE: Damos por abertos os trabalhos da presente Sessão.
Convidamos os nossos homenageados
a fazerem parte da Mesa.
Com prazer, registramos a
presença de Vitorino Rotondaro, Cônsul da Itália no Rio Grande do Sul
(Palmas.); Jornalista Antônio Gonzales, Presidente da Associação Riograndense
de Imprensa, Delegado Clóvis Vaz, Diretor do DETRAN, Delegado Ivair Mainardi,
Diretor da Polícia Civil; Lauro Kliemann, do Rotary Club Internacional; Dep. Carrion Jr.; Compositor Norberto Santos, da Ordem
dos Músicos, e o compositor Túlio Piva.
Convidamos todos os presentes
para ouvirem a execução do Hino Nacional.
(O Hino Nacional é executado.)
O SR.
PRESIDENTE: Nesta tarde a Sessão Solene está destinada a homenagear personalidades
que com esmero em seu trabalho tornaram-se destaque em nossa Cidade. Ninguém
melhor para falar de cada homenageado do que os Vereadores proponentes dos
títulos. E vamos falar do primeiro. Com muita satisfação nós vamos falar do
nosso querido homenageado - e já consagrado - Jornalista Juarez Bittencourt
Fonseca, na ocasião em que a Câmara Municipal lhe confere o título de Cidadão
Emérito, pela sua inestimável contribuição à cultura rio-grandense. (Lê.)
“Ainda muito jovem deu início a
sua caminhada vitoriosa, passando, pela sua invejável competência, a fazer
parte de nosso dia-a-dia, atuando, sempre, com inegável desenvoltura.
Sua versatilidade é
enriquecedora. Crítico musical, incentivador de novos talentos, promotor de
eventos importantes, além de jornalista destacado, compreendem o perfil desse
talento a quem hoje homenageamos.
Juarez Bittencourt Fonseca teve
ainda destacada atuação quando da estruturação da Secretaria Municipal de
Cultura, sendo responsável pela edificação da área de teatros e auditórios
públicos do Município.”
Por isso e muito mais, Juarez, é
recomendado, não posso negar, pelos seus colegas da Secretaria de Cultura do
Município, não sou eu o responsável, iniciamos por um dos responsáveis desta
homenagem, além dos 33 Vereadores, que foi votado por unanimidade por esta
Casa, é o Professor Joaquim Felizardo.
"Sentimo-nos, portanto,
envaidecidos ao conceder-lhe, nesta oportunidade, o título de Cidadão Emérito
e, assim, resgatamos dívida bastante antiga com esse profissional que se
credenciou ao respeito e à confiança da comunidade porto-alegrense."
Um abraço, querido Fonseca, em
nome do Legislativo Municipal e da Cidade, continue conosco nos ajudando e
elevando cada vez mais a cultura do nosso Estado e do nosso País.
Concedemos a palavra ao nosso
querido amigo homenageado Juarez Bittencourt Fonseca.
O SR. JUAREZ
BITTENCOURT FONSECA: Em primeiro lugar eu gostaria de agradecer ao Ver.
Valdir Fraga e à Câmara de Vereadores por este presente. Eu não sou muito de
falar, mas de escrever. Eu acho que posso, com certeza, dividir esta homenagem
com a comunidade cultural da Cidade de Porto Alegre e, principalmente, com os
músicos de Porto Alegre, porque foi trabalhando ao lado deles, escrevendo sobre
as atividades deles num momento em que a música da Cidade tinha uma explosão
notável, a partir do meio dos anos 70, eu acho que conseguimos crescer juntos.
Hoje, o movimento musical de Porto Alegre, do Rio Grande do Sul, é algo com
muita personalidade, com muita força, e eu acho que ainda vai ter mais força,
mais personalidade e mais emoção do que tem. Creio que Porto Alegre já se
acostumou, já sabe honrar a sua comunidade cultural, os seus fazedores de arte,
o seu lado de coração, de poesia, de natureza. Na minha opinião, esta é a
responsabilidade dos artistas: ao mesmo tempo em que entretêm as pessoas,
fazem-nas pensar. Ontem, li uma frase que, se não me engano, há na poesia de
Drummond. Não sei se é exatamente assim como vou dizer, mas quero sintetizar a
questão cultural de Porto Alegre nesta frase: A gente conta histórias para as
crianças dormirem e para acordar os homens. Acho que os artistas fazem isto.
Meu muito obrigado a todos. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Queremos registrar a presença do Senador Alberto Hoffmann. Convidamos
S. Exª a fazer parte da Mesa.
Com a palavra o Ver. Raul Casa.
O SR. RAUL
CASA: Exmo Sr. Presidente, Exmos Srs. Vereadores, Exmo
Senador da República, Dr. Alberto Hoffman, demais homenageados. Há muitas
maneiras pelas quais pode a comunidade reconhecer o mérito de alguém, cuja vida
e ação têm significado dignificante. Nem sempre, todavia, a razão se sobrepõe
ao coração. Não vai neste enunciado nenhum problema de filosofia, mas apenas
uma justificativa para agradecer o espírito democrático e a condescendência do
meu fraternal e querido amigo Presidente desta Casa e de seus pares para que
pudesse eu, como autor da proposição, vir a esta tribuna para registrar, para a
história desta Casa, a satisfação que tenho em homenagear Victor José Faccioni,
título este que lhe foi concedido na Legislatura passada. Mais do que o sentido
emotivo para o homenageado, tem este ato o sentido que ultrapassa a figura de
Victor, para alcançar a toda uma obra, este ato fraterno evoca para mim
lembrança de um passado longínquo, quando ainda Victor, Vereador em Caxias, já
se projetava na senda do sucesso e no espírito de bem servir. O muito que fez
por esta Cidade supera as meras formalidades de um ato de justiça para
engrandecer toda uma obra. Acompanhei sempre sua luta pelo desenvolvimento da
nossa Cidade. Quero um esforço para buscar recursos para as grandes obras, como
viadutos, os túneis, a despoluição do Guaíba, e me permitam os senhores evocar
um momento para mim de grande significação, foi quando Victor, com certa
afoiteza, chegou um dia em minha casa carregando um mapa, um projeto: era o
projeto inicial do Trensurb, que ele queria e pretendia dar início. Faço esse
registro para que fique gravado nos Anais desta Casa, e para a posteridade, que
esta obra teve início, teve impulso, teve entusiasmo e teve quem fosse buscar
os projetos e o dinheiro na pessoa de Victor Faccioni. Tenho aprendido, no
convívio com o Victor, com a Iole, com seus filhos, que as grandes lições da
vida não são aquelas que os livros nos mostram ou que os colégios, as
faculdades nos ensinam. Tenho aprendido que as grandes lições da vida são os
exemplos, o gesto, o modo de proceder. Inteligência, imaginação e conhecimento,
sim, são qualidades essenciais, mas somente a eficácia poderá convertê-los em
resultados. Faccioni buscou sempre, através do esforço, o resultado, sempre
pensando no bem comum, e quando se aliam a firmeza de caráter, a moral, a
ética, o cidadão conquista a consideração e a estima pública. É o que aconteceu
e acontece com Victor Faccioni. Não poderia, contudo, desassociar dessa
trajetória cujas origens remontam a Caxias do Sul a figura sempre estimada da
Iole e de seus filhos Victor, José, RacheI e Chico. A eles, a extensão desta
homenagem. Há, pois, neste evento, um duplo sentido: o primeiro, está na
solenização do recebimento e do reconhecimento por seu trabalho; o segundo, ao
proclamar, desta tribuna, a todos os segmentos sociais que adquire sentido
exemplar constituindo-se em estímulo aos demais concidadãos, enaltecendo o
sentido de uma vida dedicada à atividade pública. E, se me permitem, o Sr.
Presidente, os Srs. Vereadores , os Srs. homenageados que encerre evocando um
pensamento de Rui Barbosa, que certamente se coaduna perfeitamente não apenas
àquele a quem tive o privilégio de homenagear, mas ainda à minha querida Maria
Geremias, ao Deputado Hoffman e tantos quantos se fazem merecedores dessa
honraria: “Enquanto houver uma réstia de esperança, não há porque nós nos
desesperarmos da sorte do bem. A injustiça pode se impacientar, porque é
precária; a verdade jamais se impacienta, porque é eterna. Quando nós
praticamos uma ação de bem, não sabemos se o resultado é para hoje ou para
quando. O certo é que seus frutos podem ser tardios, mas são inevitáveis.
Alguns plantam a semente da couve para colher amanhã; outros, plantam a semente
do carvalho, para o abrigo do futuro. Aqueles, plantam para si, de forma até
egoísta; estes, plantam para a felicidade do gênero humano, para a felicidade
da própria humanidade.” Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Convidamos o Ver. Raul Casa para fazer a entrega do Título ao nosso
homenageado. (Palmas.)
O SR.
PRESIDENTE: Com a palavra, o nosso homenageado, Deputado Victor Faccioni.
O SR. VICTOR
FACCIONI: Exmo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre,
Ver. Valdir Fraga; Exmo Sr. Cônsul da Itália; Exmo Sr.
Deputado Carrion; Exmos Vereadores e demais autoridades aqui
presentes; meus colegas homenageados que me honram em compartilhar desta
homenagem, de solenidade.
Senhoras e Senhores, há momentos
em que a gente gostaria de poder deixar o coração extravasar, mas como este é
um momento que não é só meu, é um momento de todos vocês e fundamentalmente
destas figuras tão dedicadas a Porto Alegre, que são as grandes homenageadas
deste dia que estão à Mesa, meus colegas e minhas colegas desta solenidade, eu
apenas quero dizer duas palavras de agradecimento e reiterar o nosso
compromisso e o nosso empenho em favor dessa mui leal e valerosa Cidade de
Porto Alegre. Primeiro, uma palavra de agradecimento ao Ver. Raul Casa, que foi
autor desta homenagem na Legislatura e aos Vereadores que a aprovaram; e, segundo,
o Ver. Vicente Dutra, autor do Requerimento desta Sessão Solene.
É a segunda homenagem que eu
recebo desta Câmara de Vereadores. A primeira foi proposta pelo Ver. Aloísio
Filho, em 1953, quando era Chefe da Casa Civil, uma menção honrosa pela
integração entre a Câmara e o Governo do Estado. Agora, recebo esta homenagem
um mês depois de ter sido socorrido pelo Pronto Socorro de Porto Alegre. Eu
quero transformar a homenagem à minha família, da Iole que está aqui comigo.
Pois o Pronto Socorro de Porto Alegre não apenas ajudou a salvar a nossa vida,
como a da Drª Marise, que está aqui conosco, mas antes disso o Pronto Socorro
de Porto Alegre havia salvo a vida do meu filho Rosalvo.
E se eu pudesse acrescentar uma
palavra aos Srs. Vereadores e à comunidade de Porto Alegre, que é um testemunho
de que todo o apreço que temos pela Cidade de Porto Alegre deve se
consubstanciar num esforço comum para transformarmos o Pronto Socorro de Porto
Alegre, efetivamente, numa entidade que é suprapartidária, supramunicipal, é de
toda a comunidade. Senti que o Pronto Socorro de Porto Alegre pede socorro;
pede socorro da Câmara de Vereadores que sempre lhe deu; da Administração
Municipal que sempre lhe deu atenção e pede socorro a toda a comunidade de
Porto Alegre e a todo o Rio Grande do Sul. O Pronto Socorro Municipal socorre
não só a comunidade de Porto Alegre, mas socorre a população necessitada de
socorro médico-hospitalar da região metropolitana e de todo o interior do nosso
Estado. Se eu pudesse trazer um testemunho a mais de tudo o que é feito nesta
Cidade, simbolizaria o sentimento de solidariedade dos porto-alegrenses, porque
vale a pena viver nesta Cidade que é solidária, no sentimento de solidariedade
dos médicos, enfermeiros e funcionários do Pronto Socorro de Porto Alegre.
Vamos, todos nós, fazer um mutirão pelo Pronto Socorro da Capital!
Fora este registro, nosso
reconhecimento ao Legislativo Municipal que tem feito o máximo para sintetizar
os sentimentos desta comunidade. Sinto orgulho e satisfação em residir em Porto
Alegre. Sou interiorano, como possivelmente todos os homenageados o sejam, vim
de Caxias do Sul, passando por Carlos Barbosa, Garibaldi, tenho uma parada
eventual em Brasília, como Deputado Federal, representando o nosso Rio Grande,
mas a maior parte da minha vida vivi em Porto Alegre. É uma cidade que,
efetivamente, orgulha a todos os rio-grandenses e a todos os brasileiros.
Nossas homenagens aos porto-alegrenses, que Porto Alegre fique cada vez melhor,
que os porto-alegrenses possam ser, aqui, efetivamente felizes. Se pudermos
fazer mais alguma coisa para isso, contem conosco. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Concedemos a palavra ao Ver. Luiz Braz, proponente da Sessão Solene que
visa homenagear a Srª Maria Geremias.
O SR. LUIZ
BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Srs. Homenageados; autoridades;
senhores, senhoras; não posso deixar de destacar meu grande amigo Moab Caldas,
que é uma das grandes autoridades religiosas umbandistas presente aqui, no
Plenário desta Casa. E quando nós estamos homenageando uma outra figura tão
destacada neste campo, através deste título que concedemos aqui na Câmara de
Vereadores, não poderíamos deixar de fazer este registro; e todos os amigos da
Maria Geremias, que também se encontram presentes para prestigiar o título que
ela vai receber.
É uma satisfação também ver que
entre os homenageados existe um outro grande amigo nosso, companheiro de
imprensa que tenho certeza absoluta está dignificando bastante este dia com a
sua presença e com a homenagem que está recebendo, assim como todos os outros
homenageados: Victor Faccioni, Lourdes Rodrigues, grande cantora da noite;
Jocelin Azambuja, Walmor Assoni e todos aqueles que estão aqui para receber
homenagem pelo muito que deram para Porto Alegre.
Mas quando pensamos em homenagear
a nossa querida Maria Geremias, mãe-de-santo, Babalorixá, nós fomos até a
Resolução nº 731 que criou o título de Cidadão Emérito para vermos se nós
conseguíamos oferecer este título de Cidadã Emérita à Maria Geremias,
exatamente dentro daquilo que a lei preceituava. Nós fomos observar que no art.
1º, desta Resolução, está escrito exatamente o seguinte: "Fica instituído
o título honorífico de Cidadão Emérito que será conferido a todo que tenha
contribuído com o seu trabalho para o desenvolvimento social, político,
cultural e artístico da Cidade de Porto Alegre. E estudando a vida da Maria, e
conhecendo a vida da mãe-de-santo Maria Geremias, nós pudemos notar que ela
tinha feito um pouco de tudo isto que o artigo 1º desta Resolução preceituava.
Ela tinha ajudado a comunidade, tinha ajudado a sua Cidade no seu
desenvolvimento cultural de todas as formas. E como isso podia acontecer? Quem
não conhece aquela figura que em 1917 e que muito embora pareça uma jovem tem
73 anos e uma vitalidade que poucas pessoas com a metade da sua idade podem
ter? Ela possui esta vitalidade e esta vitalidade faz com que ela possa ser
extremamente útil para a comunidade. Todos nós sabemos que ao nosso redor
existe energia negativa, positiva, e nós funcionamos como uma espécie de pólo
de atração. Aliás, eu li um filósofo comunista - portanto não acreditava na
vida espiritual, em Deus, que falava sobre isto da seguinte forma: que nós
estamos constantemente trocando esta energia que temos no nosso interior com a
energia que está ao nosso redor. Nós somos pólo de atração desta energia, tanto
a positiva quanto a negativa, e também fazemos a troca com o exterior. A Maria,
é claro, pensa de uma maneira completamente diferente, e ela tem demonstrado
isso também, mas existem algumas pessoas que são capazes de atrair com muito
maior força essas energia, e quando uma pessoa tem força suficiente para
atrair, principalmente as energias positivas que estão ao nosso redor e
transformar as mesmas em benesses para todos aqueles que vêm nos procurar, nós
começamos a entrar em contato com um fenômeno, e esses fenômenos têm que ser
estudados, pesquisados e também têm que ser homenageados que é o que estamos
fazendo hoje. O poder de atração desta energia, para os agnósticos, e destes
santos, destes espíritos, para os religiosos, o poder de atração é tão grande
que quando ela tinha uma casa de religião estabelecida na Zona Norte da Cidade,
ainda quando ela era muito jovem, ela era chamada de “Menina Santa” e aquela
população, principalmente do interior que vinha aqui a Porto Alegre procurar a
menina de Maria, vinha exatamente procurar a “Menina Santa”. Hoje é claro que
não. Estamos homenageando uma pessoa que já conseguiu viver uma vida cheia de
realizações, distribuiu esta felicidade e conseguiu distribuir todo este bem
que ela reúne em seu ser. Mas as suas realizações não ficam apenas no campo
espiritual, apenas no campo etéreo, ela também tem concretude nas suas
realizações, e ela vai buscar estas suas ações, estas suas realizações
ajudando, por exemplo, os velhinhos da SPAAN, sempre, anualmente, ela faz uma
festa de Natal para as crianças, beneficiando duas mil crianças, anualmente.
Fugindo assim daquele seu trabalho normal e costumeiro de ajudar
espiritualmente as pessoas. Esta é a Maria Geremias, que a gente tem um orgulho
muito grande de estar homenageando. Hoje eu tenho certeza que aqueles que não
conheciam a Maria Geremias, aqueles que ainda não tinham ouvido falar em Maria
Geremias, aqueles que não acreditam muito na vida espiritual, nas coisas do
sobrenatural, que não têm muita explicação, estas pessoas, quando me viram
propor um título destes, começaram a estranhar. Mas eu tenho certeza absoluta
de que qualquer pessoa com um conhecimento um pouco mais profundo no campo
espiritual, principalmente na religião que ela escolheu, no seu ritual para
ajudar as outras pessoas, vai justificar para si mesma o título que nós estamos
entregando para Maria Geremias.
Você, Maria Geremias, é uma das
pessoas que mais orgulho nós temos em poder homenagear aqui nesta Casa. Eu
tenho certeza absoluta que, junto com todos os outros que estão também para
receberem esta homenagem, você está dignificando este nosso dia 30 de agosto,
que é para a nossa Câmara Municipal um dia festivo, e muito mais do que isto,
um dia que vai ficar marcado para sempre. Parabéns a você, felicidades, e que
você consiga seguir sempre assim. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Convidamos o Ver. Luiz Braz para que proceda à entrega do título
honorífico à Srª Maria Antonia Geremias.
(O Ver. Luiz Braz faz a entrega do título.)
(Palmas.)
O SR.
PRESIDENTE: Nós concedemos a palavra à Srª Maria Antonia Geremias.
A SRA. MARIA
ANTONIA GEREMIAS: Neste momento tão glorioso que aqui me encontro
perante a presença de todos os meus grandes amigos, a presença do nosso
Presidente Valdir Fraga; a presença de mais Deputados, Vereadores aos quais eu
peço que a grande mãe Oxum dê a vocês uma radiação de grande sucesso e êxito e
vocês estão vendo que hoje, com orgulho, eu tenho que receber este título de
Cidadã Emérita de Porto Alegre.
Quero dirigir ao Presidente da
Câmara e a todos os outros Vereadores que jamais vocês vão ter vergonha e se
constranger com aquilo que estou recebendo no dia de hoje. Deixo grandeza de
espiritualidade a todos, o meu abraço de muita paz, as minhas energias
transmitindo a todos vocês. Peço ao nosso grande amigo João Dib e Raul Casa,
todos me conhecem. Todos os anos, como diz esta amável criatura Luiz Braz, e
que todos os anos eu tenho uma grande quantidade de crianças menores para fazer
sorrir no dia de Natal.
Para mim é a maior alegria estar
aqui compartilhando com vocês. E para aqueles que não me conhecem estou aqui de
braços abertos para que recebam meu carinho e minhas energias, para que recebam
a minha força, para que vocês possam ter o poder, no dia de amanhã, e vencer
naquilo que precisam
A minha casa está aberta, como o
Dr. João Dib sabe e demais nesta Casa, estará aberta para qualquer coisa que
precisarem de mim. Estarei à disposição de todos, para abraçar e dar aquilo que
é meu. Demonstrar, fazer a demonstração do meu ritual espiritual.
Espero que alcancem, por meu
intermédio, a minha força e o axé da grande mãe e do meu pai. De lá, neste
momento, digo, deixei gente esperando, e aqueles que quiserem me acompanhar,
visitar a minha casa, a casa está aberta, mas é uma casa humilde, acolhedora,
para os meus grandes amigos.
Não tenho palavras para
agradecer, principalmente a todos os que me homenagearam no dia de hoje, o Ver.
Luiz Braz, meu grande amigo, e todos vocês que estão aqui, são amigos e moram
no meu coração. O meu coração é safenado, mas guarda muita gente aqui dentro,
estive entre a vida e a morte, mas o meu Pai foi maior, e hoje, com 73 anos,
vou fazer no dia 26, mas tenho muita energia para dar e auxiliar as criaturas
que necessitam. A minha casa está à disposição e o meu telefone também: nº
49.46.23, estarei à disposição de todos vocês, daqueles que precisam de mim.
Não tenho palavras para agradecer este glorioso título que estou ganhando no
dia de hoje. Espero que o Sr. Presidente da Câmara e os Srs. Vereadores tenham
certeza de que saberei honrar e dar valor a este título que tanto eu pensava
receber. Fiz 50 anos e lutei muito pelo meu cinqüentenário, no qual fiz 50 anos
de trabalho espiritual, não foi em cinqüenta dias. Lá fiz uma festividade muito
grande e convidei a Câmara Municipal, porque a Câmara é sempre o primeiro
convite, e lá recebi o carinho de todos, e com este carinho eu transmito a
todos vocês, principalmente aos nossos Vereadores aqui desta Casa, que todos
que aqui chegam em busca de uma palavra, que vocês saiam daqui satisfeitos.
Vamos honrar o nome desses Vereadores que tanto lutam por Porto Alegre. Também
contem comigo para que eu possa lutar e vencer e dar ajuda para todos aqueles
que necessitam. Em nome do nosso grande pai, o meu beijo, a minha saudação, e
ao Presidente da Câmara a minha saudação também, ao nosso Luiz Braz e ao Dr.
João Dib um abraço muito sincero, muito amigo. Que a paz do Senhor permaneça
com todos vocês. Muito obrigada e até outra oportunidade se Deus quiser. Um
beijo para todos. Muito obrigada.
(Não revisto pelo oradora.)
O SR.
PRESIDENTE: Concedemos a palavra ao Ver. Cyro Martini, proponente do título ao
Jornalista Vanderlei Soares. V. Exª está com a palavra.
O SR. CYRO
MARTINI: Exmo Sr. Presidente desta Casa, Ver. Valdir Fraga, meus
senhores e minhas senhoras, poder trazer o reconhecimento desta Casa para
alguém que faz inteiro jus a este reconhecimento é tarefa deveras fácil, mesmo
que as palavras não possam corresponder àqueles qualificativos que o nosso
homenageado merece. A nossa lembrança, a nossa saudação, a nossa homenagem vai
para um jornalista de muitos anos, de muita prática, de muita lida no nosso meio,
que é o Jornalista Vanderlei Soares. Quem de Porto Alegre, quem do Rio Grande
do Sul não conhece esta figura ilustre do jornalismo sul-riograndense por sua
honestidade, por sua competência inteiramente naquilo que faz e naquilo a que
se dedica. O seu mister está estreitamente ligado ao problema que mais aflige
hoje a população de Porto Alegre e a população do Rio Grande do Sul, que é o
problema da segurança. Nós, e o nosso homenageado muito mais, eis que é chefe
da editoria policial do Jornal Zero Hora, sabe melhor do que nós que o problema
mais sério reside na intranqüilidade, na insegurança. O povo do Rio Grande
desde a capital às cidades pequenas não consegue mais viver com tranqüilidade,
porque está sempre acossado pela violência, pela agressão. E as palavras de
Vanderlei Soares, nas páginas de Zero Hora, como antes nas páginas de outros
jornais, com a sua tranqüilidade, com toda a calma que adquiriu, desde a função
de contínuo no jornal, espelham a verdade e, junto com ela, uma orientação, uma
palavra que vai levar aqueles que o lêem a crescerem, a abrirem mais os seus
corações, as suas almas, para as coisas maiores. O "Crime e Castigo",
a sua coluna dominical, os seus textos, são informações que transmitem a todos
nós, especialmente para o povo mais modesto, mais simples do dia-a-dia, da
crônica, dos eventos da nossa Cidade. Mas sempre no meio delas há uma
orientação, há algo que faz aquele que o lê crescer. E isto é mais importante.
Por isto, este Município, esta Cidade, não poderiam esquecê-lo. Esta homenagem
é um ato de justiça para com aquele que faz crescer o nosso povo, a nossa
Cidade. A verdade sempre o acompanha, a serenidade também, a humanidade
sobretudo. Mas a competência do seu trabalho está ali, refletida em tudo o que
ele faz. Desde jovem, desde quando começou, há 30 anos passados, tem procurado
estudar e se dedicar com afinco a seus afazeres jornalísticos. Primeiro, dentro
da redação, servindo cafezinho no começo, para depois ser um dos grandes nomes
do jornalismo sul-riograndense. Por isto tudo, fica aqui a nossa saudação, a
nossa homenagem, o reconhecimento da Cidade a esta figura do jornalismo
rio-grandense, a esta figura que merece homenagem, porque é um reconhecimento
correto Vanderlei Soares. A ti nosso abraço, nosso reconhecimento amigo da
Casa. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Com a palavra o nosso homenageado Vanderlei Soares.
O SR.
VANDERLEI SOARES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, inicialmente
gostaria de saudar a todos, mas especialmente a pessoas que conheci ao longo do
tempo e que de alguma forma me ensinaram a trabalhar e viver e que aqui
encontrei sem esperar por isto. A professora Gomes, o Lisboa, o Sérgio
Jockymann, figura brilhante, homem de competência surpreendente; a minha amiga
Lourdes; e sintetizando este encontro de pessoas que conheço, que gosto e que
me ensinam, eu me lembro de uma frase de que gosto muito, e não sou decorador
de frases; é de Camões: "Não há alegria tamanha do que encontrar vizinho
em terra estranha". Por iniciativa do Ver. Cyro Martini, do PDT, homem que
tem a nobreza inerente a todo o trabalhador e a grandeza de todo homem simples,
e por generosidade dos demais membros desta Casa, representantes legítimos do
povo desta Cidade, pois que aqui chegaram honrados pelo voto livre dos seus
concidadãos, e com apoio fraterno de amigos que tenho entre os Vereadores e
também entre os demais companheiros trabalhadores desta Casa, coube-me neste
dia e nesta hora receber o título de Cidadão Emérito de Porto Alegre. Cidade em
que nasci, capital do meu universo, minha Cidade. Sempre me é doloroso falar ou
escrever sobre mim mesmo, sem dar oportunidade a quem me lê, ou a quem me ouve,
de protestar. Isto não é mera retórica, é sim o resultado de alguns
conhecimentos adquiridos por homem simples; pai operário, mãe dona-de-casa, no
vasto e rico universo do jornalismo. Há poucos dias, na lancheria da Redação de
Zero Hora, uma jovem recém-chegada na casa soube ao acaso da honraria que me
seria concedida, e quando soube, a jovem com certo espanto perguntou: mas por
quê? Sem nenhum constrangimento eu respondi, “pois não sei”. Hoje não chega a
ser diferente, ainda me sentindo jovem, chego neste ano aos 30 anos de
jornalismo. Fui repórter, redator, chefe de reportagem, editor e continuo
sendo, como todo jornalista que se preza, um repórter. Um repórter do meu
Estado, um repórter da minha Cidade. Para minha Cidade escrevi pouco mais de
mil crônicas e artigos. Não é muito, creio. Digo mais, se perguntado fosse
novamente aqui, não por aquela jovem recentemente chegada na Redação, mas pelo
mais encanecido membro desta Casa, do porquê desta homenagem, certamente
responderia outra vez sem nenhum constrangimento: “Pois eu não sei”. Ocorre,
meus caros, meus amigos, minhas amigas, e permitam-me um otimismo, minhas
filhas aqui presentes, Luciane, Laura, Tatiane, pelas quais é maior o meu amor
do que o amor que eu tenho pela minha Cidade. Ocorre que talvez outras
profissões existam que possam levar a idéia de que cada dia é o primeiro dia.
Mas nenhuma profissão deixa isto de forma tão clara, tão alegre, por vezes tão
angustiante, outras vezes, como o jornalismo. No jornalismo não existe o último
dia, pois que o último dia seria uma notícia nova, logo ela significaria o
primeiro dia. Assim, foi nesse universo que aprendi a amar a minha Cidade, suas
avenidas e seus becos, suas montanhas e suas planícies, suas riquezas, e suas
misérias. E especialmente sua gente, suas turmas, suas tribos. Ainda que
convivendo no meu dia-a-dia com os aspectos mais amargos da minha Cidade,
aprendi a amar a minha Cidade a cada dia, como no primeiro dia, como um novo
amor. Sabemos todos que, ao viver um novo amor, a vontade que temos é de subir
numa cadeira e, de improviso, declarar ao mundo o que faz alterar os nossos
sentidos, o que faz explodir as nossas emoções. Ao receber esse título de
Cidadão Emérito é me dada a oportunidade pública e rara de subir nessa cadeira,
gritar minha declaração de amor e, creio, preparo-me para o primeiro dia, que
é hoje, que é amanhã. E se alguém perguntar se tudo isso aconteceu, minha
resposta não poderá ser outra: "Pois eu não sei." Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Vicente Dutra, proponente do título honorífico ao
Sr. João Batista Tedesco.
O SR. VICENTE
DUTRA: Sr. Presidente, Ver. Valdir Fraga; Carrion Júnior, presente neste
Plenário; companheiros do Rotary Club; demais companheiros; Srs. Vereadores,
Senhoras e Senhores; dirigente do Rotary Club Internacional, Lauro Kliemann;
aqui no Brasil. Permitam, meus amigos, que antes de fazer a saudação ao nosso
homenageado eu diga da minha imensa alegria e satisfação em ver sentado
conosco, neste momento, neste Plenário, o Dep. Victor Faccioni, que há poucos
dias foi vítima de um acidente gravíssimo, e quase foi personagem das páginas
de Vanderlei Soares, mas que, graças a Deus, está aqui, entre nós, íntegro e
participando desta homenagem. Que Deus lhe ajude, Dep. Victor Faccioni.
“O Engenheiro João Baptista
Tedesco vem a esta Casa, hoje, em cumprimento a uma atenciosa convocação que
lhe fiz, e para a qual obtive o resguardo da aprovação de todos os meus pares.
Não se trata, assim, de nenhuma novidade com relação a João Baptista Tedesco,
nem é a primeira vez em que ele atende uma solicitação da comunidade a que tem
servido com tanto desprendimento, nem o velho reconhecimento aos seus serviços
perde a unanimidade. Essas virtudes o engenheiro João Baptista Tedesco não
recebeu graciosamente. Conquistou-as, palmo a palmo, em sua trajetória de
competência profissional, de responsabilidade empresarial e de profundo
sentimento humano no trato com seus semelhantes. Em verdade, numa trajetória
que começou bem antes, sob a inspiração de Baptista Tedesco e Itália Tedesco,
seus pais, na cidade de Bento Gonçalves, onde nasceu, em 13 de maio de 1924.
Homem destinado a deixar sua vigorosa marca nos setores onde atuou, o
engenheiro João Baptista Tedesco iniciou os estudos em sua cidade natal, e
cursou, posteriormente, entre 1937 e 1943, o curso ginasial no Colégio Cruzeiro
do Sul e o pré-técnico no Colégio Júlio de Castilhos, de onde saiu para
ingressar na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em cuja Escola de
Engenharia graduou-se em 1948. Em Porto Alegre cursou, ainda, a Arma de
Artilharia do Curso de Preparação de Oficiais da Reserva, com estágio no Sexto
Regimento de Cruz Alta. Direcionou sua vida profissional para o setor da
construção, aliando, desta forma, sua formação acadêmica com os propósitos de
assinalar sua irreparável contribuição à comunidade em que se integrara. Foi
sob esta condição que realizou viagem de estudos à Europa, observando o mercado
da construção em Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Bélgica, Holanda,
Alemanha, Áustria e Itália. Daqueles países, em 1966, e já muito antes disto,
da Universidade que freqüentou, bem como do caráter pessoal com que soube
forjar sua vida, ele trouxe o sentimento de progresso e de segurança com que
caracterizou seus empreendimentos.
Mas este engenheiro brilhante e
este empreendedor invejável a quem Porto Alegre certamente muito deve exerceu,
também, o magistério, atividade que está definitivamente reservada aos sábios,
aos capazes e aos que têm recebido, dos demais cidadãos, o reconhecimento do
saber acumulado e competência para transmiti-lo. Ele foi professor interno no
Cruzeiro do Sul e professor substituto no ginásio daquele estabelecimento.
João Baptista Tedesco, contudo,
fez muito mais: foi servidor público, tendo trabalhado na Seção de Obras Novas
da Viação Férrea do Rio Grande do Sul, entre 1947 e 1948, e, recém-formado,
ocupou o cargo de Diretor de Obras da Prefeitura Municipal de Canoas, onde
iniciou os serviços de drenagem da Vila Niterói, efetuou a numeração da cidade,
construiu vários colégios e executou sua pavimentação urbana.
Como se vê, é quase injusto que o
Engenheiro João Baptista Tedesco receba esta homenagem somente da cidade de
Porto Alegre, que o acolheu e se beneficiou de seus imensos serviços. Pois sua
marca, seu trabalho, suas obras, são monumentos de dedicação e capacidade em
todo o Rio Grande e em parte do nosso País. Poucas são as comunas que não
conhecem os resultados desses atributos, o que já justificaria uma homenagem
maior. Ele executou, por exemplo, os trabalhos de reconhecimento, exploração e
projeto da Estrada de Rodagem Montenegro-Garibaldi , com uma extensão superior
a 45 quilômetros; trabalhou na execução dos projetos da Escola Técnica de
Aviação de Guaratinguetá, e dirigiu os trabalhos de construção da Escola
Técnica de Natal, no Rio Grande do Norte, na condição de Engenheiro-Chefe de
Obras.
Relacionar suas obras, no
entanto, é quase impossível: são mais de duas centenas e estão localizadas na
Grande Porto Alegre, Pelotas, Rio Grande, Santa Maria, todo o litoral e Santa
Catarina, passando por São Paulo e chegando ao Norte do País.
Mais do que sua profícua ação
profissional, porém, são a dedicação e o desprendimento comunitário - tantas
vezes já provados - que o destacam. Ex-presidente do Rotary Clube Porto Alegre
Norte, o Engenheiro João Baptista Tedesco é o seu atual Diretor de Programa,
dispondo, em ambas as funções, de um incontável leque de serviços prestados. Na
última década, foi presidente da Fundação Patronato Lima Drumond; foi, inúmeras
vezes, vice-presidente da Sociedade Porto-Alegrense de Amparo aos Necessitados,
da qual é presidente honorário, e é presidente, ainda, da Sociedade de
Beneficência Portuguesa, numa seqüência de cargos e qualidades que se confundem
e que nos dispensam de reiterar, aqui, nossa admiração e o orgulho de tê-lo
entre nós. Mas se uma última palavra pode expressar de modo mais exato o
significado desta homenagem, esta palavra é de agradecimento. Aproveito o
ensejo para também homenagear a Srª Olinda Tedesco, Presidente do INAMEX
1979/1981 e Presidente da Casa Amizade 1989/1990.
Doutor João Baptista Tedesco:
receba, em nome da Câmara Municipal e da Cidade que ela representa, o seu muito
obrigado!”
Os companheiros de Rotary e a
Direção do INAMEX, aproveitando o ensejo da homenagem pediram, e consultei o
Presidente que acolheu, para nesta oportunidade também destacar a figura
extraordinária da esposa do Tedesco, que é a Olinda, companheira inseparável.
(Palmas.)
E pediram-me que fosse o
portador, no momento em que o Tedesco subir para receber o seu Diploma também
receber uma Placa relativa a esse evento que é uma homenagem dos companheiros
de Rotary e do INAMEX: É um casal extraordinário que dá um exemplo de amor e de
amor ao serviço. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Convidamos o Ver. Vicente Dutra
para fazer a entrega do título honorifico de Cidadão Emérito ao Sr. João
Baptista Tedesco; e convidamos o seu neto para fazer a entrega da placa.
(O
Ver. Vicente Dutra faz a entrega do título.)
O SR. PRESIDENTE: Concedemos a palavra ao nosso
homenageado, Sr. João Baptista Tedesco.
O SR. JOÃO BAPTISTA TEDESCO: Exmo
Sr. Presidente da Câmara Municipal, Ver. Valdir Fraga; Exmo Ver.
Vicente Dutra, Exmos Srs. Vereadores que representam o povo de Porto
Alegre e demais autoridades aqui presentes. O Ver. Vicente Dutra praticamente
já traçou toda a minha trajetória e resta-me muito pouco para completar. Quando
do conhecimento da minha indicação ao título de Cidadão Emérito, ponderei ao
ilustre Ver. Luiz Vicente Dutra que não era merecedor dessa honraria, porquanto
tudo que havia feito pela comunidade não era mais que um dever que eu tinha
para com a sociedade, era um mínimo que podia devolver e retribuir a tudo que
havia recebido em Porto Alegre e na vida.
Eu, realmente, sou filho de Bento Gonçalves, e de
lá vim com 13 anos, lutei bastante, minha trajetória foi mais ou menos
descrita, tive mais coisas ainda pela frente. Mas vou resumir numa passagem que
li de uma história, talvez alguns dos senhores a conheçam. Diz a história que:
"Ao nascer o Menino Jesus, surgiu no céu uma estrela diferente das outras,
era o sinal esperado pelos reis magos, anunciando a boa nova. Na realidade, não
eram só três Reis Magos, mas quatro. Três deles eram ricos e um pobre. E eles,
os ricos, se deslocaram para adorar o Menino Jesus montados em suas montarias,
seus camelos, levando consigo também outros camelos com bastante cargas com
oferendas. O mais pobre deles, entretanto, seguiu-os a pé, sem nada oferecer a
não ser suas orações e sua adoração. Acontece que no caminho um dos camelos dos
reis ricos adoeceu e ficou abandonado, deu-lhe água, tratou das machucaduras e
seguiu caminhando levando-o consigo. Mais adiante, pela estrada, foi juntando,
entretanto, presentes que iam caindo dos camelos que estavam abarrotados de
presentes que os reis iam levando ao Menino Jesus. Ao chegar no fim da jornada,
entretanto, assim como os ricos, também ele chegou com o camelo cheio de
oferendas que tinha juntado no caminho. Assim é a vida, muitos vão seguindo
deixando pelo caminho obras a realizar, não se preocupando em deixá-las por
fazer. Estamos, hoje, nós, com uma carga, que é a nossa participação na ajuda à
comunidade, aquilo que muitos não se preocuparam em deixar para trás sem ser
feito. Nós os carregamos e realizamos, sempre guiados pelo ideal do serviço.
Existem umas palavras da poetisa Gabriela Mistral
que diz: existe a felicidade de servir e de ser justo, mas acima de tudo existe
a beleza da imensa felicidade de servir.”
Como seria triste o mundo se tudo nele já estivesse
feito, se não houvesse uma roseira para plantar... (Emocionado.) (Palmas.) e
nem conhecimento para compreender. Não se deixe seduzir apenas por tarefas
fáceis. Que maravilhoso é fazer aquilo que os outros... (Emocionado.) (Palmas.)
onde houver um erro para corrigir, corrija-o, onde houver uma carga para que os
outros rejeitam, coloque-a nos ombros e carregue-a. Será você que deverá
remover a pedra do caminho, banir o ódio entre dois corações ... (Emocionado.)
(Palmas.) os obstáculos para resolver... mas você procurará apenas...
(Emocionado.) Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE: (Faz a entrega da faixa.)
Concedemos a palavra ao Ver. Nelson Castan, proponente do título honorífico ao
Jornalista Sérgio Jockymann.
O SR. NELSON CASTAN: Ver. Valdir
Fraga, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Engenheiro João Baptista
Tedesco, Sr. Walmor Assoni; nosso amigo Jocelin Azambuja e nossa querida
Lourdes Rodrigues. E meu homenageado especial, Jornalista Sérgio Jockymann;
Srs. Vereadores presentes; senhoras e senhores. (Lê.)
“Sérgio Jockymann nasceu em Palmeira das Missões.
De família humilde, veio para Porto Alegre buscar a sorte grande, como tantos
outros que para cá vem do interior. Neste caso específico, a sorte não foi do
Sérgio, mas de Porto Alegre, que hoje legitima através da Câmara Municipal este
laço materno há tanto solidificado. Na verdade, homenageamos hoje a paixão. Não
só a paixão mútua de Sérgio Jockymann e Porto Alegre, mas a paixão de um homem
por sua profissão: o jornalismo. Contar o cotidiano, para Jockymann, não é só
uma atividade profissional, mas uma vocação irresistível, até mais que a do
sacerdócio, onde esteve por algum tempo. Muitas vezes nosso homenageado teve
que vender seus próprios livros para comer. Foram tempos difíceis, onde cada
exemplar do “tesouro da juventude” representava a garantia de uma refeição.
Quem vê o Sérgio de hoje, bem sucedido, não pode avaliar a dureza da trajetória
percorrida por ele. Além do trabalho em inúmeras emissoras de rádio, televisão
e jornais, ele, desde cedo, mostrou aquilo que tantas vezes falta por trás das
máquinas da modernidade: o talento.
Pois foi da junção do jornalismo e do talento que
Sérgio Jockymann construiu a matéria prima para o sucesso. Sempre independente,
sempre ativo, nosso homenageado, sem dúvida alguma, fez por merecer o título de
filho emérito de Porto Alegre.
Pois foi justamente como resultado deste caminho
que Sérgio Jockymann decidiu dar o mais ousado dos passos: criar o seu jornal,
o “Jornal do Jockymann”. Em um país onde a comunicação é dominada por grandes
grupos, é difícil achar uma brecha como a que o RS ocupa. Ele é local sem ser
bairrista, é independente sem ser apelativo. É apenas mais um desafio, que tem
sido encarado com a grandeza de quem sabe construir.
Permito-me, agora, contar um caso onde o
protagonista, nosso homenageado, demonstrou, com rara propriedade, algumas das
características aqui descritas. A Cidade é Porto Alegre, o ano é 1954. Comovido
pela morte de Getúlio Vargas, Sérgio Jockymann, então na rádio Itaí, escreveu
um texto que se tornou célebre: "Há um homem pelas ruas". Tamanha foi
a repercussão nacional deste artigo escrito em homenagem a Getúlio que o PTB da
época, que mais tarde deu origem ao PDT, mandou imprimir milhões de panfletos
com o texto e distribuir por todo o País. Ainda jovem, em início de carreira,
Sérgio Jockymann não hesitou ao saber da utilização da sua obra, em ir à sede
do PTB, na praça da Alfândega, para exigir seus direitos autorais. Ao subir a
escadaria em companhia de um amigo, foi surpreendido pela presença de um dos
maiores tribunos que este País já teve: o Senador Rui Ramos. Como Jockymann não
conhecia o Senador, passando apressado pelos degraus, quando foi seguro pelo
amigo: “Senador, este aqui é o autor de ‘Há um homem pelas ruas’.” Rui Ramos,
experiente político, abriu os braços e abraçou o Jockymann ao dizer: "Meu
filho, meus parabéns, você acabou de compor a nova ‘Marselhesa’.” Sérqio
Jockymann, como não poderia deixar de ser, virou as costas e saiu emocionado,
sem os direitos autorais, mas com a alegria daqueles que fazem as coisas com
amor sincero. Este é Sérqio Jockymann. Jornalista, poeta, contista, ensaísta.
Escreveu para TV e teatro, recebeu inúmeras premiações. O jornalismo é uma
atividade digna, mas são poucos os que conseguem entender o alcance social que
ele tem. Levar a informação é educar, é criar consciência crítica. Quando isto
é feito de uma forma imparcial e honesta, além de referencial a seus leitores,
passa a ser uma fonte fidedigna de formação de opinião. Pois é este jornalista
polêmico e corajoso que torna possível ler semanalmente o seu jornal ‘RS’. Este
trabalho é uma verdadeira prata da casa, que a todos nós gaúchos orgulha. Ler o
comentário político de Alves de Sá, as informações sempre bem humoradas e
profundas de Gastão de Vasconcelos, as pesquisas de Kurt Hoffmann sobre a
realidade européia, o relato verdadeiro do que se passa no interior do Hospital
São Pedro, as sucessivas reportagens sobre o caso Daudt são exemplos de um
jornalismo opinativo que faz de mim um de seus milhares de leitores cativos.
Jockymann: a cidade de Porto Alegre, através dos
Vereadores que compõem esta Câmara Municipal, sente-se feliz em dar-te o título
de Cidadão Emérito”. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Convido o Ver.
Nelson Castan para fazer a entrega do título ao Sr. Sergio Jockymann.
(O Sr. Nelson Castan faz a entrega do título ao Sr.
Sergio Jockymann.) (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE: Concedemos a palavra ao
homenageado Sérgio Jockymann.
O SR. SÉRGIO JOCKYMANN: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, minhas senhoras e meus senhores, meus pacientes
amigos, antes de mais nada quero dizer que é um motivo particular de alegria
para mim participar dos homenageados, primeiro a figura de Lourdes Rodrigues,
esse coração do samba de Porto Alegre e depois do Vanderlei Soares, que me
serviu cafezinho na Última Hora, que tinha um talento tão grande, tão
irrefreável que, contra tudo e contra todos, se tornou um dos grandes nomes do
jornalismo do Rio Grande do Sul.
(Lê.) “Talvez eu seja muito feliz ao contar a história da
minha paixão por Porto Alegre, porque nisso de amores, sempre fui cheio de
recatos. Mas são tantos os sinais de reciprocidade, que agora já velho me animo
em contar que me apaixonei por Porto Alegre, quando o primeiro trem da minha
vida saiu da ponte do Gravataí ao nascer de um novo dia. Lá estava ela, dourada
pelo sol que havia acabado de descer as colinas. Eu vinha de Palmeira das
Missões, lá do outro lado do mundo, e apesar de ter apenas cinco anos já estava
cansado de sangue e violência.
Toda semana, na farmácia do meu pai, havia alguém
espancado, baleado, cortado ou retalhado. Todas as feridas vinham frias para
cima da grande mesa dos fundos e por isso os homens gritavam desesperadamente.
Bastava ouvir um gemido e eu já corria para o fundo do pátio, tapando os
ouvidos com as mãos. Aquilo, me diziam, era a vida e eu me descobria em pânico,
jogado para um mundo que detestava. Sem cinema, sem sequer o sonho da
televisão, reduzido a um rádio que só funcionava raras noites por semana, eu
aprendi a ler com quatro anos e fui buscar desesperadamente nos livros um mundo
diferente do meu. Eu lia o dia inteiro e até a metade da noite. Levantava todas
as manhãs com a cara cheia de fuligem, porque míope como eu era, só conseguia
ver as palavras com o lampião quase encostado na minha face. Ler, diziam os
mais velhos, faz mal aos olhos e enche a cabeça de bobagens. Realmente meus
olhos pioravam dia a dia, mas as bobagens que enchiam minha cabeça, pouco a
pouco se tornaram a minha razão de viver. Nalgum lugar longe dali existia a
civilização. Os homens se respeitavam, as noites não tinham tocaias e a morte
era tão rara, que quando escolhia um, comovia todos os demais. Nalgum lugar, eu
acreditava, havia a minha cidade encantada.
E lá estava ela se aproximando de mim, naquela
resplandecente manhã.
O trem corria pelas margens de um rio imenso que me
enchia de espanto. Com sorte, em Palmeira das Missões se encontrava um
riachinho mirrado com três ou quatro metros de largura. Se fecho agora os
olhos, todo o velho bairro de Navegantes volta a se iluminar dentro de mim.
Primeiros os grandes galpões de madeira, depois os clubes náuticos, finalmente
os armazéns e o turbilhão da Voluntários da Pátria. Quando chegamos na velha
estação, minha mãe me arrancou da janela, abriu um desfiladeiro no meio da
confusão e me levou para fora. Eu estava deslumbrado. As pessoas à minha volta
pediam por favor, diziam obrigado, pediam desculpas. Não vi um revólver, não vi
um facão, não vi um punho fechado. Por toda a plataforma pessoas felizes se
abraçavam e se beijavam, e naquela manhã de reencontros Porto Alegre parecia
uma festa. Me perdi de amores por ela. E lá no fundo do meu pequeno coração,
tomei uma firme decisão: um dia eu voltaria para ficar e viver com ela.
Nunca mais me livrei dos encantos de Porto Alegre.
Quando ela começou a se fazer feia, fui descobrir restos da beleza antiga nas
ruas perdidas. Quando ela se tornou violenta, eu me mudei para a Zona Sul, onde
apesar do esforço de vários Prefeitos, ela continua luminosa e tranqüila. Mas
meus cinco deslumbrados anos foram ficando cada vez mais para trás e meus
sonhos de civilização foram também se tornando mais distantes. Um dia, olhei a
minha volta e me perguntei: o que eu fazia nesta Cidade que nunca fui leal nem
valerosa?
As crises sucessivas estreitaram tanto o mercado de
trabalho que para ter um mínimo decente de liberdade, fui obrigado a por um
semanário. Uma série de governantes futebolísticos estrangulou a nossa cultura.
Uma legislação vergonhosa reduziu Porto Alegre a uma cidadezinha de
repetidoras, onde as únicas brechas da coletividade são noticiosos curtos,
amenos e esterilizados. O rádio, chantageado pelas verbas oficiais, só exalta
as virtudes da miséria. Por que eu continuava nesta Cidade que me negava até o
exercício de minha profissão?
Tive uma paixão. Vá lá. Mas quem permanece fiel aos
amores de infância? Quem se lembra dos olhos da primeira namorada ou do ardor
do primeiro beijo a não ser os adolescentes? Eu estava velho e durante vinte e
cinco anos, paulistas e cariocas me perguntavam continuamente o que eu estava
fazendo aqui. Por que eu continuava nesta Cidade que gosta tanto de preservar
seus rancores e insistir nos seus erros? Encontrei as respostas nas frias
noites de inverno de 1988.
Aceitei ser candidato a Prefeito por puro
desfastio. Não tinha ilusões, mas apenas a curiosidade de saber o que havia na
grande e confusa cabeça dos porto-alegrenses. Fui enfrentar o desencanto dos
cidadãos, armado apenas de um minuto e cinqüenta e oito segundos na televisão e
minha Mutuca, uma Brasília anti-diluviana, o único veículo compatível com a
pobreza do candidato Falei para ninguém durante dois meses, até que,. pouco a
pouco, os primeiros convites começaram a chegar. Deles não falo, porque cada um
dos senhores sabe melhor do que eu quantos churrascos de sola, quantos
carreteiros anêmicos, quantos mocotós assassinos um candidato tem que
enfrentar.
Mas o que mais me causava problemas era desbravar a
Porto Alegre desconhecida dos bairros distantes. Já na primeira visita à Zona
Norte, levei uma hora para ir e uma madrugada inteira para voltar. Para mal dos
pecados minha Mutuca, tão velha quanto seu dono, havia passado da idade de
enfrentar buracos e passou a ter todos os achaques da velhice. Foi então que
descobri os porto-alegrenses. Homens e mulheres que eu nunca tinha visto, que
nem sabiam quem eu era empurraram meu carro, trocaram meus pneus, consertaram
infindáveis vezes meu motor.
Descobri, espantado, que, altas horas da noite, nas
ruas perdidas da Cidade, não me esperavam ladrões e assassinos, mas pessoas
honestas e milagrosas que, mesmo vivendo nas condições mais adversas, ainda
mantém viva a bondade do seu coração. O porto-alegrense comum, ao contrário do
rico e do sofisticado, é um homem bom, generoso e solidário. Finalmente eu
havia descoberto o que havia me feito ficar em Porto Alegre: era a beleza
incomparável do seu povo. É ela que torna essa desgraciosa cidade tão linda.
Porque o que faz o coração de uma cidade não são os amigos que encontramos, mas
a balconista que nos atende, a criança desconhecida que nos sorri, o guarda que
nos abre o sinal, o motorista de táxi, o caixa do supermercado, o dono do bar
da esquina, a professora de nossos filhos ou a linda filha do vizinho que
passeia alegremente a sua juventude pela calçada. Que milagre de povo,
senhores! Magoado, ferido, enganado, iludido, explorado, sacrificado, ele não
se corrompe, não enlouquece e ainda se dá ao luxo de se manter bom. Fiquei
porque sabia que aqui haveria sempre quem respeitasse meu trabalho, perdoasse
as minhas falhas e amparasse os meus filhos.
Agora, meu amigo Nelson Castan, com a ajuda de
todos os senhores, exagerando meus méritos e esquecendo meus defeitos, me torno
oficialmente um porto-alegrense. A honra, senhores, mais do que me enaltecer,
me comove, porque me torna oficialmente irmão de todos esses homens milagrosos
que mantém vivo e palpitante o coração desta Cidade. Cidade que foi a minha
primeira paixão e que sempre amei tanto e tão confiadamente que lhe dei mais
seis porto-alegrenses. Esse título, senhores, será guardado na melhor sala de
troféus que eu tenho, meu velho e teimoso coração.” Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Concedemos a palavra ao Ver. Jaques
Machado, autor do Requerimento que concede o título de Cidadão Emérito ao Sr.
Walmor Assoni. V. Exª está com a palavra.
O SR. JAQUES MACHADO: Sr.
Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Valdir Fraga, já eleito
candidato estadual pela vontade do povo rio-grandense; Deputado Victor Faccioni,
também Cidadão Emérito, presente nesta grande festividade neste dia de hoje;
Jornalista Juarez Bitencourt Fonseca, também Cidadão Emérito desta Casa, a
nossa Mãe Maria Geremias, também Cidadã Emérita desta Casa. Jornalista
Vanderlei Soares, também Cidadão Emérito da nossa mui leal e valerosa Cidade de
Porto Alegre. Engenheiro João Baptista Tedesco, pela grande conquista nesta
Cidade; Jornalista Sérgio Jockymann grande personagem, grande figura da
imprensa porto-alegrense, que merece nosso respeito, aquele que fez o seu
pronunciamento, um dos mais inspirados na tarde de hoje; Sr. Walmor Assoni,
nosso homenageado no dia de hoje; o Sr. Jocelin Azambuja, Cidadão que se torna
dentro de poucos minutos, Cidadão Emérito dessa Cidade; minha dama do samba,
Lourdes Rodrigues, o meu carinho, e uma dedicação muito grande. Presente nesta
festividade também o Deputado Carrion Júnior, Moab Caldas, Senador da República
Alberto Hoffmann, Sr. Cônsul da Itália e meus irmãos Vereadores desta Cidade e
também que deixaram esta Casa, Ver. Raul Casa, e Jorge Goularte. Dizer que
momentos iguais a este, sempre é digno de grande satisfação, porque hoje
estamos prestando essa homenagem toda especial. Iniciaria o meu pronunciamento,
Sr. Presidente, neste momento, dizendo que ainda com os ouvidos ecoados por
estas palavras que me antecederam e também com os olhos ofuscados pelo brilho
desta festividade. Nesse dia em que comemoramos esse título que entregamos a
esses homens que labutaram, que fizeram esta Cidade crescer, e continuam fazendo
crescer, trago aqui uma homenagem que eu requeri nesta Casa a Valmor Assoni.
Valmor Assoni, companheiro de grande jornada, Valmor Assoni que da Zona Norte
de Porto Alegre jamais poderiam nos escrever a sua história se não tivéssemos a
pena da nossa caneta molhada, no suor, nas lágrimas e no sangue derramado por
Valmor Assoni. Digo a vocês, companheiro, porque é o nosso lar, lutamos pelo
engrandecimento principalmente na Zona Norte de Porto Alegre, onde temos a
honra de representar o Legislativo Municipal. Temos ali o Hospital da Criança
pobre, Santo Antônio, temos o sopão comunitário de nossa Cidade, argumentamos e
fizemos a festa de N. Srª dos Navegantes, a Creche dos Navegantes e a Escola de
Samba Império da Zona Norte, onde tivemos sempre Walmor Assoni ao nosso lado,
lutando pelo engrandecimento da comunidade. Então, neste dia, Walmor Assoni tu
és homenageado, e eu gostaria de neste momento ler a Exposição de Motivos que
fizemos para solicitar o título de Cidadão Emérito nesta Casa, aprovado por
unanimidade dos Vereadores. (Lê.)
Walmor Assoni, por seu próprio curriculum
profissional, é uma expressiva afirmação artística, sempre a serviço da
comunidade porto-alegrense, de consagrada qualidade em sua especialização.
Aliás, essa arte - a de decorador - pela sensibilidade pessoal do artista é
traduzida em valores abstratos que, no caso de Assoni, chegam ao público com a
força de uma experiência aplaudida por inúmeros sucessos reconhecidos, sem
contestação. Sua destacada atuação no seleto grupo profissional de Porto Alegre
grangeou-lhe a admiração e a confiança de uma demanda exigente e numerosa, que
lhe empresta uma griffe das mais renomadas, até mesmo no cenário
nacional. O curriculum vitae de Walmor Assoni, por si só, é a mais
eloqüente sustentação da propriedade de nosso encaminhamento à Câmara Municipal
de Porto Alegre, no sentido de acolhê-lo como "Cidadão Emérito, com o que
a Cidade reconhece a capacidade na arte de sua profissão. Procedente do
interior do Estado, de origem humilde, filho de modestos agricultores, mas
animado por uma vontade férrea de vencer os desafios da grande metrópole, lutou
denodadamente para ser reconhecido e adotado em nossa comunidade, mercê de um
trabalho profícuo e altamente qualificado. Gradativamente, numa penosa e
paciente escalada, foi conquistando o terreno difícil de sua original
profissão, preservando-se pela constância e pertinácia em sua laboriosa
carreira. Foi assim que veio acumulando uma bagagem profissional das mais
significativas, entre as quais se podem citar: a festa de Nossa Senhora dos
Navegantes, em que, há 25 anos, faz a decoração do Barco "Esperança” do
altar e do átrio da Igreja; do Instituto Santa Luzia, durante 15 anos,
encarregando-se, gratuitamente, da decoração do Baile das Debutantes na Vila D.
Teodora, onde, por 5 anos, assumiu a catequese e a recreação das crianças
carentes, promovendo o Natal dos pobres com brinquedos que, pessoalmente,
arrecadava do empresariado zonal; no Baile Municipal de Porto Alegre, também há
5 anos, fazendo a decoração dos salões da Sogipa.”
Este, Walmor Assoni, é o nosso trabalho, a nossa
dedicação, o nosso carinho que nós temos por ti e por todos os teus dependentes
e todos os teus familiares. Então, neste momento agradeço, Sr. Presidente, este
momento que me foi dispensado nesta tribuna e digo: Walmor Assoni, que tu
continues por esta senda e por este caminho de amar o próximo e cada vez mais,
porque a Cidade te reconheceu. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Convidamos o
Ver. Jaques Machado para fazer a entrega do título de Cidadão Emérito ao Sr.
Walmor Assoni.
(O Ver. Jaques Machado procede à entrega do
título.) (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE: Concedemos a palavra ao Sr.
Walmor Assoni.
O SR. WALMOR ASSONI: Exmo
Sr. Presidente desta Casa, Valdir Fraga; Exmos Srs. Vereadores da
Cidade de Porto Alegre; Exmo Sr. Alfredo Hoffmann; meus amigos.
Isso é pro forma, porque eu não sou dado à
oratória. Meus amigos, eu vou direto ao assunto, porque não gosto de fazer
rodeios. O meu jeito é assim mesmo. Eu sou pessoa simples e não sei como
agradecer, não só a indicação do meu amigo Ver. Jaques Machado, mas a presença
dos senhores. Eu sou o Walmor de sempre. Receber prêmios, para mim, é
maravilhoso, mas, para quem me conhece, sei que daqui a pouco, se eu tiver que
trocar a roupa e sair pregando, martelando, colocando coisas por aí, eu sei que
faço e faço mesmo. Com o meu suspensório eu vim da pequena Cidade de Serafina
Corrêa, cidade italiana onde os meus avós foram um dos fundadores, muito
acanhado, mas com aquela vontade de transformar a vida. Eu só tenho que
agradecer a todos os clubes e às pessoas que de uma maneira ou de outra há 30
anos vêm me ajudando a trabalhar com a arte da decoração, em especial a
Sociedade Ginástica de Porto Alegre – SOGIPA -, onde tive as minhas primeiras
experiências profissionais ainda na sede da Alberto Bins - sou velho mesmo. Eu
não quero ser só um Cidadão Emérito de Porto Alegre, eu quero continuar
sonhando e realizando obras-primas. E me aguardem, eu continuo cada vez melhor.
Eu não sou dado a isto aqui, sou uma pessoa espontânea, o Ver. João Dib me
conhece bem, então o que vou falar, por que ganhei isso? Vou continuar minha
vida, estou chegando, aproximadamente a 3 horas de Santa Catarina, de Criciúma,
do Mampituba, onde estou fazendo um trabalho, e por isso me perdoem pelo
atraso, mas são as coisas da vida. Uma coisa só eu quero que fique bem claro:
“Gente, vamos sorrir, porque ainda não pagamos impostos”. Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Convidamos a Verª Letícia Arruda
para fazer uso da palavra. Autora de dois Requerimentos, um de Cidadão Emérito
para Jocelim Azambuja e o outro para Antônia Lourdes Bretas Rodrigues, que
serão saudados pela proponente. Lourdes Rodrigues recebe um prêmio artístico
“Lupicínio Rodrigues". Primeiro, para Jocelin Azambuja.
A SRA. LETÍCIA ARRUDA: Meu
Presidente, Ver. Valdir Fraga; Deputado Victor Faccioni, nosso querido Cônsul
da Itália, nossos queridos jornalistas homenageados, Juarez Bitencourt Fonseca,
Vanderlei Soares, Sérgio Jockymann; minha querida mãe Antônia Geremias, para
quem eu peço uma benção especial a este povo maravilhoso da Cidade de Porto
Alegre; Engº João Baptista Tedesco; Sr. Walmor Assoni; meu homenageado Jocelin
Azambuja e minha querida Lourdes Rodrigues. (Lê.)
“Educar é um comprometimento com a vida! Portanto,
nossa pedagogia é a busca constante da liberdade, e dentro desta proposta nós
homens e mulheres conscientes – que vivemos numa sociedade desigual – e
observamos no dia-a-dia o desleixo das autoridades para com a educação estamos
unindo esforços para formar uma corrente na busca de transformar a dura
realidade educacional deste País, onde, hoje, existe um número alarmante de
analfabetos.
Infelizmente, os governos autoritários que
arrasaram com este País no período da Ditadura não pouparam a educação dos seus
anseios de manobrar a miséria, a fome e o desemprego com a ignorância do povo
brasileiro.
Para isso cometeram um dos maiores crimes contra o
povo, quando assinaram o famigerado acordo MEC-USAID. A política imperialista
entra no País não permitindo que as matérias humanistas, que levam o homem à
reflexão e ao questionamento fossem ensinadas. Eles programaram robôs para não
pensar, mas sim, ao serem acionados, cumprirem ordens.
Hoje, mesmo com a abertura política no País,
sofremos as conseqüências deste verdadeiro banditismo contra nosso povo.
E, nesta busca da melhoria das condições de ensino,
existe um nome marcante no Estado do RS, o nosso homenageado Jocelin Azambuja,
cuja atuação intensa resultou na criação da Associação de Círculos dos Pais e
Mestres do Rio Grande do Sul, integrando a comunidade dentro das escolas, num
trabalho conjunto com os educadores, na busca de um ensino democrático e
participativo, formando mais uma fileira de luta por melhores condições nas
escolas, que estão, na grande maioria sucatadas. Além disso, os CPM's também
reforçaram a luta do Magistério gaúcho por um salário digno para categoria!
No estado, Jocelin deixou a marca do seu trabalho,
colaborando com a criação de diversos CPMs no interior, onde sempre foi
destacada a importância da participação da família no processo educacional.
Ao concedermos esta homenagem a Jocelin Azambuja,
demonstramos o nosso desejo de que a luta continue na busca incessante de
melhores dias para o povo brasileiro, professores e alunos. Queremos um ensino
voltado à liberdade, reflexão, uma escola viva, ativa, crítica, onde o aluno
possa desenvolver seu potencial de aprendizado, criando, inovando,
refletindo!"
(Não revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Convidamos a Verª Letícia Arruda
para proceder à entrega do título honorífico de Cidadão Emérito a Jocelin
Azambuja.
(A Srª Letícia Arruda procede à entrega do título
ao homenageado, Sr. Jocelin Azambuja.) (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE: Concedemos a palavra ao Dr.
Jocelin Azambuja, nosso homenageado.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr.
Presidente, meu particular amigo, companheiro de infância, Ver. Valdir Fraga,
minha querida Vereadora, Professora Letícia Arruda, senhores homenageados, meus
colegas de homenagem; Ilustres Vereadores da Cidade de Porto Alegre, que nos
concederam esta honraria; meu querido Presidente da Associação dos Círculos de
Pais e Mestres do Rio Grande do Sul, meu particular amigo, Antônio Carlos
Falavena, sua esposa; meus queridos Diretores de Escolas, Professores, Colegas
dos Círculos de Pais e Mestres; minha querida mãe, a minha grande propulsora
deste momento, aqui, a minha esposa Islene Azambuja e as minhas filhas Etiene e
Eiene, aquelas que justamente da luta forjaram o trabalho e hoje está colocado
em todo o Estado do Rio Grande do Sul. As palavras da Profa Letícia
Arruda – e eu digo a professora porque antes de ser Vereadora ela era
professora – e é a professora, e foram os professores que me possibilitaram
estar aqui. Foram os meus professores lá no Colégio Vitor de Brito, numa famosa
brizoleta, que Graças a Deus o Dr. Leonel de Moura Brizola construiu lá no
nosso bairro e que nos possibilitou estarmos aqui, hoje, conversando com vocês.
Na minha escola, o meu querido Colégio Inácio Montanha em que, depois de
prestar o nosso saudoso exame de admissão, fiz o ginásio e as minhas queridas
amigas funcionárias e professores que aqui estão presentes, os meus amigos do
Presidente Roosevelt, da nossa escola, a Beth e todos os demais que estão aqui,
que fizeram com que eu me envolvesse com o Círculo de Pais e Mestres quando as
minhas filhas ingressaram na escola. A todos vocês que nos possibilitaram hoje
fazer um discurso, não da alegria de estarmos recebendo uma honraria destas da
nossa Cidade, da cidade na qual vivemos e amamos profundamente, mas também de
refletirmos um pouco sobre o momento da sociedade em que vivemos. É importante
que a par da alegria, da felicidade, de estarmos aqui recebendo este título,
possamos também refletir sobre o futuro que nos espera. E hoje nós temos que
dizer que a situação é extremamente grave. Aquilo que a Vera Letícia
Arruda colocou aqui foi uma das mais profundas verdades. Lembro-me que quando
participei do movimento estudantil, quando Presidente do Grêmio Estudantil do
Colégio Estadual Inácio Montanha, como Presidente do Conselho Metropolitano de
Estudantes Secundários de Porto Alegre, da nossa querida UMESPA, como
Secretário-Geral da UMESPA, quase fui Presidente da União Gaúcha de Estudantes
do Rio Grande do Sul, da UGES e que lamentavelmente o período revolucionário
cometeu uma das piores coisas que poderia ter se cometido contra o futuro desta
sociedade. Tentar tirar da juventude a sua dignidade, o seu idealismo e a sua
moral. Eu me lembro quando tentaram me corromper naquela época, 18 anos, me
oferecendo um cargo no Estado do Rio Grande do Sul, para ter um contra-cheque
no final do mês, a Presidência da UGES sem oposição em 1969, desde que eu
participasse da ARENA jovem. Mas a minha querida mãe e meu querido pai, Erasmo
Azambuja me educaram e me formaram dentro de princípios rígidos morais, éticos
e eu agradeci naquela oportunidade. Não consegui ser eleito Presidente da União
Gaúcha de Estudantes Secundários, num lamentável congresso, e aí eu fui
conhecer o que era serviços de segurança.
Me retirei e fui tratar de lutar, de me preparar,
de enfrentar o futuro e tentar reconstruir aquilo que muitos estavam
destruindo.
Por isto é que os Grêmios Estudantis foram
praticamente terminados, por isto que hoje lá no Inácio Montanha nem mais
existe um Grêmio Estudantil. Por isto que a formação das lideranças neste País
e neste Estado foram sumindo, as lideranças saudáveis, positivas e necessárias
à construção de uma sociedade. Isto é importante refletirmos. Na época eu disse
ao então Cel. Jaime Miranda Maria, na volta daquele congresso, que refletisse
profundamente sobre o futuro de nossa sociedade. Hoje nós estamos no limiar de
terminar o nosso século XX. Faltam apenas 10 anos para terminar o século XX, e
em que condições vamos iniciar o século XXI? Vamos refletir sobre isto, vamos
ler nas páginas da Zero Hora do domingo passado aquela reportagem sobre o
magistério. Ninguém quer ser mais professor. Qual é a imagem do professor
perante a sociedade? Dizia-me uma professora outro dia em Gramado: Fui levar os
alunos num hotel dos mais finos de Gramado que apresentava uma exposição e de
repente a elite de Gramado colocou o professor à parte com seus alunos. Porque
o professor já é um coitadinho na sociedade, marginalizado, destruído pelo
salário que ganha, pela falta de condições de crescimento, de evolução. Outro
dia no Encontro Sul-Americano de Alfabetizadores, de Frederico Westphalen, via
que, lamentavelmente, os alfabetizadores não podiam estar presentes porque eles
ganhavam 7 mil cruzeiros e a inscrição do curso era de dois mil cruzeiros. Como
fazer um professor se aprimorar, ler, se aprofundar e preparar o futuro de uma
sociedade comprando um livro de dois, três mil cruzeiros? Como preparar o futuro
dos meus filhos, dos filhos de toda essa sociedade, se estamos destruindo a
essência de toda esta sociedade, que é a educação, que são os nossos
professores? Como permitir que péssimos governantes, que maus governantes, que
jogam ano a ano os professores a greves e greves para ganharem miseráveis
salários, e estes péssimos governantes continuam ano a ano no poder, se
revezando, se alternando, mas se mantendo no poder, permanentemente, destruindo
a essência da nossa sociedade.
Temos apenas 10 anos para terminar este século. Se
formos analisar as condições em que iniciamos o século XX, elas eram de
perspectiva de crescimento, de evolução, de expansão econômica, social,
cultural, e quais são, agora, as perspectivas para o século XXI? De termos a
educação no nível que temos, de degradar mais ainda a educação? E dos nossos
filhos não terem futuro nenhum? Onde estão nossas escolas? Onde estão os cursos
técnicos? Onde está a formação de mão-de-obra profissional?
Me perdoem se faço este discurso, me perdoem se não
falo apenas palavras amenas, alegres, mas tenho que falar a verdade, não
coloquei filhos no mundo para jogá-los numa guerra. E já estamos vivendo uma
guerra, a guerra da miséria, da recessão, da insatisfação.
Hoje à tarde presenciei um cidadão matar outro, com
quatro tiros, na esquina da Azenha com a Botafogo, em uma disputa devido a uma
batida de carro.
Esta é a sociedade em que estamos vivendo, sobre
esta sociedade é que temos que refletir. Sobre esta sociedade que temos no
nosso Rio Grande, na nossa querida Porto Alegre e no nosso País. Nós temos uma
grande responsabilidade com o futuro desta sociedade, com o futuro do Brasil.
Temos que refletir profundamente sobre o que vamos fazer para o futuro do nosso
País. O que vamos fazer para o futuro da nossa Porto Alegre, e para o futuro do
nosso Estado.
Agora, podemos ter certeza, se existe um caminho,
este é o da educação, não existe outro, não existe outra forma de crescermos,
de nos tornarmos, realmente, uma grande Nação. Não existe outra forma de darmos
um futuro aos nossos filhos, porque os bens materiais eles podem perder na
próxima esquina, mas a educação, aquilo que se coloca na mente, não, aquilo que
se aprende com os livros, com os professores, com os mestres, aquilo que se
aprende com os mestres, isto ninguém tira.
Os países desenvolvidos só respeitam uma coisa: o
desenvolvimento educacional e cultural do nosso povo. Por isso é que
continuamos como fantoches, por isso é que continuamos uma sociedade
subdesenvolvida, pobre, miserável e que mata milhares de crianças todos os dias
de fome e que nós somos os culpados porque nós não assumimos o futuro da nossa
sociedade, não assumimos um compromisso, de fato, com o futuro da nossa
sociedade. Me perdoem dizer isso para todos, porque eu me forjei na luta,
brigando, correndo, lutando nos círculos de pais e mestres, com a Associação do
Círculo de Pais e Mestres do Rio Grande do Sul, lutando por educação e assim
nós temos que crescer na nossa sociedade, lutando, lutando como todos os outros
homenageados fizeram aqui nas suas áreas, nos seus campos. Nós precisamos
continuar esta luta.
Eu agradeço, honradamente, a distinção que a minha
Cidade me fez, a minha querida Profa Letícia Arruda, todos os amigos
aqui presentes, e dizer a todos que vamos continuar esta caminhada. Vamos
continuar esta luta, e não vamos parar de cansar os ouvidos de cada um dizendo
que o único caminho que temos para o futuro, que o único caminho que temos para
ser de fato um Estado desenvolvido e digno de nossos filhos é através da educação.
É a educação que nós queremos, é a educação que tem que dar o futuro que nós
queremos. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A palavra com a Vera
Letícia Arruda.
A SRA. LETÍCIA ARRUDA: Este é um dos
momentos mais importantes que eu já tive na minha vida. Homenagear Lourdes
Rodrigues, eu, uma Vereadora de Porto Alegre, é um orgulho muito grande
realmente. Não sou apenas eu que estou homenageando Lourdes Rodrigues, é a
Câmara Municipal de Porto Alegre, através de todos os seus representantes,
através do seu povo e da nossa Cidade que eu tenho certeza está aqui conosco.
(Lê.)
“Risque meu nome do seu caderno/pois não suporto o
inferno/do nosso amor fracassado/deixe que eu siga novos caminhos/em busca de
outros carinhos/matemos nosso passado/mas, se algum dia talvez/a saudade
apertar/não se perturbe, afogue/a saudade nos copos de um bar ...”
O Samba-canção de Ary Barroso caracterizou a música
de fossa, da famosa dor-de-cotovelo.
Todos queriam afogar suas mágoas na mesa de um bar.
A música dor-de-cotovelo expandiu-se no Brasil dos anos 30. Mas só em 1952 Ary
Barroso compôs "Risque". O gênero fossa não pára por aí, surge o
samba-bolero: uma mistura de samba brasileiro com o bolero argentino e
mexicano. Um belo exemplar dessa fase é a música "Alguém me Disse",
de Jair Amorim e Evaldo Gouveia.
A música conhecida como "Mesa de Bar” continua
influenciando o samba brasileiro e desta união surge o samba-choro. Pixinguinha
e João de Barros emocionaram o Brasil com a música que se perpetua através dos
tempos e transcende gerações: "Carinhoso" - com certeza, marcou uma
página na história da música brasileira. A música dor-de-cotovelo passa a ser o
ópio dos boêmios e dos intelectuais. Entrando em todos os bares sem pedir
licença, ela permitia que todos extravasassem suas mágoas, suas desilusões e
encontrassem forças para a conquista de amores impossíveis. Neste clima, em
1952, o nosso imortal Lupicínio Rodrigues, o mestre no gênero, compôs
"Vingança", encantando o público e os críticos da época.
Junto com maior expressão da música fossa, surge a
nossa homenageada Lourdes Rodrigues - " A Dama da Canção", no
programa "Roteiro de um Boêmio", da Rádio Farroupilha.
A "Dama da Canção" dos bares de Porto
Alegre - onde a música confunde o passado com o presente e deste enlace
reproduz a década de 1950, do homem apaixonado que não cura a sua
dor-de-cotovelo com qualquer tratamento. Mas curva-se diante da beleza da voz
da nossa homenageada, "A Dama da Canção", que alivia os males do
coração com uma nostalgia, um belo samba-canção, bolero e samba-choro. E o
tempo pára, por um instante, voltando aos velhos tempos que não esquecemos
jamais.
A você, Lourdes Rodrigues, que completa 38 anos de
carreira, receba esta homenagem da Câmara Municipal de Porto Alegre e o
reconhecimento do povo desta cidade que a consagrou "A Dama da Canção”, o
Prêmio Artístico Lupicínio Rodrigues.
Porto Alegre e o Rio Grande do Sul se curvam a tua
voz. Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Convido a Verª Letícia Arruda a
que proceda à entrega do Prêmio Artístico Lupicínio Rodrigues a nossa
homenageada Srª Lourdes Rodrigues.
(A Verª Letícia Arruda procede à entrega do prêmio
“Lupicínio Rodrigues” a homenageada, Srª Lourdes Rodrigues.) (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra a Srª Lourdes
Rodrigues.
A SRA. LOURDES RODRIGUES: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, demais amigos, nesta tarde quase noite tão
memorável para a música popular brasileira. Com 38 anos de carreira, lutando
pela música popular brasileira no Rio Grande do Sul, recebo, neste momento, o
prêmio maior para a galeria dos meus troféus, porque sinto, em cada um dos
senhores, a certeza de que o meu trabalho foi muito grande em prol da música
popular brasileira. São 38 anos em que atravessei décadas, mas sempre houve,
mostrando o bom trabalho da nossa música, da nossa terra, da nossa gente, um
lugar para que eu pudesse levar o meu trabalho até os senhores. Neste momento
agradeço à Letícia Arruda, à Câmara de Vereadores e a cada um dos senhores,
pela forma carinhosa com que durante todos estes anos vêm trazendo o seu
aplauso, o seu carinho para o meu trabalho. A todos os amigos o meu muito
obrigada e uma maneira que eu tenho certeza é toda minha de agradecer é
cantando. Muito obrigada.
Antes de cantar gostaria de referir um grande
amigo: Ver. João Dib. Igualmente o meu carinho e respeito pelo Ver. Valdir
Fraga, pessoa incrível que, como disse o Jacão, por unanimidade já é Deputado
eleito. Vou cantar uma das músicas mais belas de Lupicínio Rodrigues e que diz exatamente
assim: Dona Divergência.
(Canta.)
A SRA. LOURDES
RODRIGUES: Muito obrigada a todos os amigos. E como eu gostaria de nominar a todos
os amigos que nessa tarde, quase noite, estão nos prestigiando. Mas o meu
carinho muito especial também àqueles que me produzem, e para a gente uma
maneira mais forte de chegar a nossa sociedade que são os meus empresários,
Dahne Promoções, o meu muito abrigada pela força. E a todos vocês com muito
carinho a música que abriu as portas para que eu chegasse hoje ao convívio de
todos os senhores, recebendo com carinho este prêmio Lupicínio Rodrigues,
quando em 1952 fui para o Rio de Janeiro, disputando, levando, as esperanças do
meu Estado em busca da mais bela voz “Estudante do Brasil”. E com muito orgulho
trouxe para o Rio Grande do Sul, por unanimidade de votos, o título da Mais
Bela Voz Estudante do Brasil, em 1952, quando iniciei a minha carreira. Então é
como disse o Valdir, que há pessoas que nascem com o rosto virado para a lua, e
o nosso querido Valdir Fraga disse que eu tenho a lua dentro do meu rosto.
Entenderam? Todas as disputas sempre foram vencidas por unanimidade de votos. E
assim encerrando com muito carinho a minha parte, esta beleza de música também
do nosso Lupicínio. (Canta.)Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrando, os nossos
cumprimentos aos nossos homenageados e nos homenageados agradecemos aos nossos
amigos que estão junto conosco nesta homenagem maravilhosa. Que saudades, não
é? Esta homenagem foi sincera como vocês não imaginam, foi da Casa do Povo ao
nosso povo. Um abraço a todos, uma boa noite e muito obrigado pelas presenças.
Obrigado. (Palmas.)
(Levanta-se a Sessão às 19h45min.)
* * * * *